Digitalização do agronegócio expôs vulnerabilidades que podem ser exploradas e trazer impactos às operações e produção
A tecnologia está presente em diversos setores da economia e, com o agronegócio, não é diferente. A digitalização avançou rapidamente no campo, e hoje os produtores podem contar com softwares de gestão agrícola, agricultura de precisão baseada em dados, drones e máquinas controladas remotamente, sensores, entre várias outras ferramentas que facilitam o trabalho nas fazendas.
Essa transformação digital trouxe uma série de benefícios, incluindo maior eficiência e precisão nas operações. No entanto, com a modernização, o agro, que é um dos pilares da economia do Brasil, enfrenta um desafio: os riscos cibernéticos. Vulnerabilidades em tecnologias avançadas, como a Internet das Coisas (IoT), expõe as operações agrícolas a ataques de cibercriminosos.
“A tecnologia da informação está presente em muitos processos dentro das empresas do agro. Se os servidores pararem, por exemplo, elas não conseguem produzir nem faturar”, explica Vagner Christ, diretor de serviços da Netfive, empresa especializada em estratégia de segurança da informação. “Em muitos casos, as empresas do setor só descobrem a extensão da sua dependência da tecnologia quando sofrem algum ataque, que acaba causando prejuízos”, afirma.
O especialista esclarece quais são os principais impactos dos ataques cibernéticos para o setor:
Interrupção da cadeia de suprimentos: Um ataque cibernético pode paralisar a cadeia de suprimentos, desde a produção até a distribuição. “Um ataque bem-sucedido pode interromper as operações de máquinas agrícolas, sistemas de irrigação e até a logística de distribuição, causando prejuízos incalculáveis,” alerta Vagner Christ.
Perda ou violação de dados: Sensores que coletam informações do solo e dispositivos que monitoram pragas precisam fornecer dados precisos. Qualquer comprometimento nesses dados pode resultar em decisões erradas na gestão da produção, afetando a qualidade e a quantidade dos produtos. “Dados violados podem resultar em práticas de manejo inadequadas, impactando negativamente a produtividade,” explica o diretor da Netfive.
Vulnerabilidades relacionadas à Internet das Coisas (IoT): A Internet das Coisas (IoT) está profundamente integrada nas operações agrícolas, utilizando sensores e dispositivos conectados para monitorar e controlar vários aspectos da produção. “Garantir uma conexão segura para esses equipamentos autônomos é crucial para evitar interrupções nas operações. Do contrário, vulnerabilidades relacionadas a essa tecnologia, podem se tornar portas de entrada para os cibecriminosos”, destaca Christ. Qualquer comprometimento na segurança desses dispositivos também pode resultar em dados incorretos, levando a decisões erradas.
A necessidade de investimentos em segurança da informação
Para mitigar esses riscos, o especialista da Netfive alerta que as empresas do agronegócio devem priorizar investimentos em soluções de segurança da informação e proteção de dados.
Medidas como a implementação de redes seguras, monitoramento contínuo e treinamento dos funcionários em práticas de cibersegurança são fundamentais para proteger as empresas do setor contra ameaças cibernéticas. “O agronegócio brasileiro precisa fortalecer suas defesas cibernéticas para garantir a continuidade e a eficiência de suas operações”, ressalta Christ.